1.5.11

O Poeta e o Filho do Pintor


Você sempre me diz
Que eu aprendo fácil,
Mas eu é que sou seu aprendiz!
Meu pai é um anjo louco
Com asas de papel celofane – um sonhador...

A arte é uma fada
Com asas de borboleta pintadas
Pousada na janela da sala,
Vidrada na imagem piscando
Na tela colorida do meu computador.
Computar a dor é fácil,
Difícil mesmo é encontrar o verdadeiro amor...

Peter Pan é agora um jovem escritor
De contos de fadas, que nas horas vagas,
É também filho de um velho pintor
Cego do olho esquerdo – um autodidata –
Que quando menino tinha um belo sonho:
Queria ser um grande aviador...

Nasceu este num vinte de julho
Tal qual Alberto Santos-Dumont...
Hoje é o orgulho da pequena cidade
À beira da Lagoa dos Patos,
Onde aves e peixes, naves e feixes de luz
Vêm ali para sacramentar nas águas seu louco amor...

O poeta e o filho do pintor são um só...
Soldado – sentinela da praia do Mar Grosso...
O poeta escreve livros de contos e de poesias
O pintor pinta quadros de casarios e de maresias.
Juntos, pai e filho, aprendiz e professor,
Fazem que a verdadeira expressão da vida
Seja o amor fraterno d’um pelo outro – o sol forte que abre a flor...

Autor: José Antonio Klaes Roig

Observação 1: Poema acima, de autoria do filho do artista plástico José Américo Roig, o Zeméco, escrito em 30/06/2003 e republicado neste 1º/05/2011, como homenagem post mortem.
Observaçâo 2: Imagem acima, colagem de autoria de José Antonio Klaes Roig, feita a partir de recortes de revistas antigas e usado apenas tesoura e cola bastão e digitalizando o resultado para o computador.
Observação 3: Imagem acima, colagem integrando do Projeto Poesia Ilustrada (criado cerca de 08 anos atrás. Para ver melhor, basta clicar 2 vezes sobre a mesma).

O voo de Zeméco, por sua esposa (depoimento)


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=soCrfk3fNgY

O vídeo acima, gravado em 30/04/2011, com a professora Hildette Klaes Roig, esposa do artista plástico José Américo Roig, o Zeméco, trata-se de depoimento, a pedido de seu filho, o educador, escritor e poeta José Antonio Klaes Roig, sobre o voo que pintor nortense fez quando ainda adolescente.
Um relato de quem viveu por 50 anos ao lado de Zeméco, e muito ouviu essa história ser contata inúmeras vezes aos filhos, amigos, conhecidos, bem como a alunos que visitavam a casa do pintor, ou nas paletras que ele se dirigia às escolas.
Alguém que sabe do que essa história representa no imaginário da cidade natal do pintor, a sua musa, como ele mesmo se referia a São José do Norte, no extremo sul do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Todos que conviveram com o artista sabem de sua alegria de viver, de seus sonhos e realizações, mas acima de tudo de sua simplicidade e do bom humor.
Dizia inclusive achar-se, não um grande artista, mas um artista grande, por conta de seus 1 metro e 88 centímetros.
Zeméco, enquanto vivo fez o que sempre quis e foi muito feliz, e essa é a sua maior herança, deixada a todos que o conheceram... Além de sua obra, que pode ser revisitada através deste blog, criado há cerca de 4 anos atrás.