12.10.07

São José do Norte: O início de um povoamento


Esta imagem acima foi obtida no dia 11/10/2007, de um cartaz institucional, presente na SMEC nortense, intitulado "São José do Norte: O início de um povoamento", em que a ilustração ficou a cargo de Zemeco, tendo como responsáveis pelo projeto o prof. Dr. Luis Henrique Torres (FURG) e José Fernando Costamilan, do Instituto Histórico e Geográfico de São José do Norte.

Observação: Aos visitantes do blog Olhar Virtual, sugerimos a leitura do comentário abaixo feito por Fernando Costamilan, que esclarece a respeito do cartaz, que traz a imagem acima, feita por Zeméco.

Um comentário:

Fernando Costamilan disse...

Caros amigos
O cartaz mensionado é a capa do livro São josé do Norte o início de um povoamento o qual estamos fazendo uma homenagem ao nosso artista Nortense. O livro é de autoria de Fernando Costamilan e Luis Henrique Torres em uma parceria do Instituto Histórico e Geográfico de SJN e a Fundação Universidade do Rio Grande e será lançado no dia 10 de novembro deste ano, dia em que SJN completa 282 anos de Fundação, data pouco conhecida para Nortenses. Este livro analisa os primórdios do povoamento de São José do Norte avançando no tempo até o período Imperial no século XIX. A ocupação humana da Restinga onde se localiza o atual município de São José do Norte recua a cerca de 11 mil anos quando caçadores-coletores-pescadores iniciam o povoamento da área. No período da história colonial européia a primeira experiência de ocupação sistemática no Rio Grande do Sul ocorreu na margem norte da Barra do Rio Grande de São Pedro. Os lagunenses brancos e escravos da Frota de João de Magalhães promoverá o controle da barra frente ao contrabando do gado ou uma possível presença espanhola. Em 1763 com a ocupação espanhola da Vila do Rio Grande e a fuga desesperada da população para São José do Norte onde foi fixada a linha de defesa luso-brasileira frente ao avanço espanhol. A retomada da barranca do norte ocorrerá em 1767 quando os luso-brasileiros novamente terão uma saída para o mar através da barra. Foi em São José do Norte que cerca de 4.000 homens, o Exército do Sul, ficou sediado para buscar a retomada da Vila do Rio Grande e estender a presença lusitana no Extremo Sul do Brasil. Comandos pelo Tenente General Heirich Bohn, o Exército do Sul construiu vários fortes no norte da Barra visando um ataque a Rio Grande. Isto ocorreu em 1 de abril de 1776, com um ataque fulminante e que logrou sucesso com a neutralização dos cinco fortes espanhóis sediados em Rio Grande.
Duas experiências devem ser ressaltadas ainda no século XVIII: o nascimento da primeira empresa estatal no Rio Grande do Sul que foi a Fazenda Real do Bojuru em 1737. Outro referencial histórico que primeiro ocorreu no Estado foi a Aldeia do Estreito que desde de 1753 promoveu o aldeamento de indígenas. Nesta área em 1763, chegou a população luso-brasileira fugida da Vila do Rio Grande e que aí se estabeleceu. Como decorrência surgiu a Freguesia do Estreito e uma significativa produção de trigo.
Quando no período Imperial, a temática central está ligada a Revolução Farroupilha e aos acontecimentos em que ocorreu a participação nortense. A atuação dos farrapos e dos imperiais foi decisiva para os rumos da República Rio-Grandense.
Aspectos culturais quando em sua dimensão de expressão histórica das comunidades também foram retratados com brevidade nesta publicação. Nestas ritualizações muitas memórias seculares vem a tona reproduzindo relações cotidianas que são preciosas para entender a formação luso-brasileira e açoriana.
A parceria entre o Instituto Histórico e Geográfico de São José do Norte e a Fundação Universidade Federal do Rio Grande, buscou a produção de um livro que situa alguns momentos decisivos da formação histórica de São José do Norte e do RS. É um subsídio a mais no resgate da história deste município a qual precisa ser preservada, conhecida e valorizada.
Procuramos e oficializamos diversas vezes, para apresentarmos o projeto a ex-secretária de Educação e Cultura de SJN Maria das Graças, para o Município poder custear uma parte para uma maior distribuição entre Professores e alunos, devido a carencia de bibliografias neste sentido mas jamais fomos recebidos em um ato de descriminação, mas "Santo de casa nao faz milagre".
Esta obra foi totalmente custeada pelos autores e será distribuida gratuitamente para todas as escolas da rede escolar do Município.

Fernando Costamilan